domingo, 21 de outubro de 2012

EM DEFESA DO LIVRE COMÉRCIO

Ao dia seguinte à aprovação do Governo Federal através de portaria que incentiva a criação de “Free-Shoppings” em cidades gêmeas ou “co-hermanas”, apareceu a notícia nos programas policiais do rádio, da apreensão de mais de 350 litros de combustível oriundos da Bolívia, por parte da operação-conjunta hoje atuante na cidade e que engloba Polícia Federal, Recei
ta Federal e Exército. Existem coisas que só acontecem em Guajará-Mirim porque aqui todo mundo aceita tudo quanto lhe é imposto goela-abaixo calado. Apenas alguns notáveis são os que levantam a voz contra aquilo que não acham correto.

É de todos sabido que a nossa vida econômica se acha ligada ao comércio com a Bolívia, mas de vez em quando a Receita Federal e a Polícia Federal parecem oporem os maiores embaraços a este intercâmbio pelo porto de Guajará-Mirim. Caberia ao Governo Federal incentivar o comércio exterior e não o contrário. Até parece que para a Receita e a Polícia Federal todos os guajaramirenses são mafiosos do tráfico de cocaína em potencial ou no mínimo têm voz ativa na alta bancada do baronato do pó. Hoje o excesso de zelo por parte destas agências estatais são o maior culpado pela situação de estagnação pela qual passa Guajará-Mirim. As operações que só aparecem em G. Mirim para arrochar o comércio com impostos e excesso de fiscalização, além de criarem embaraços, também aditivam obstáculos ao máximo ao comércio “formiga” com a Bolívia que mais atrapalham do que contribuem com o progresso da Cidade Pérola.

Em matéria de economia, a política que se pratica nos países do primeiro mundo tem como fator primário vitaminar o mercado interno sem procurar reduzir o mercado externo. Até porque o comércio exterior funciona como bússola para impulsionar o progresso e o desenvolvimento, além de agitar as finanças locais. É uma aberração afirmar que o comércio entre fronteiras diminui o índice de qualidade de vida da população. Pelo contrário. Dificulta a ganância de algumas empresas locais em adquirir altas vantagens lucratícias. Pra compensar, o “contrabando”, se assim preferem se referir ao comércio entre países, dá um respaldo do “cacete” para a atração de capitais. O vendedor de gasolina da Bolívia fatura aqui e também gasta aqui aquilo que dará sustento para sua família do outro lado da fronteira. O acordo bi-lateral subscrito por ambos os países conforme decreto á época das primeiras entradas e bandeiras, faculta o livre comércio na fronteira. É só procurar nos alfarrábios.

Mas voltando às boas notícias. Após a regulamentação dos “Free-Shoppings”, as empresas que quiserem se instalar na cidade irão concorrer em pé de igualdade com a precificação hoje vigente no comércio da Bolívia, ao contrário do colapso sócio-econômico que estagnou a cidade e que acabou deixando um pacote de dívidas para empresários que tiveram participação na bolsa de apostas da Área de Livre Comércio e cujos resultados todo mundo conhece: desemprego, inadimplência, empresas com saldo negativo na últimas, quebradeira, falência, medo do futuro, finanças e ativos podres, aumento da violência, miséria e pobreza na despenca ladeira abaixo.

Last but not least, é preciso que se repise na tecla que a ampliação deste espectro se observa até os dias de hoje.