sexta-feira, 15 de junho de 2012

SAÚDE, EDUCAÇÃO, GREVE E INTERESSES


Após o “Tsunami” causado pelo manifesto grevista que paralisou por duas semanas os setores da Saúde e da Educação municipal, uma coisa ficou patente: se hoje em dia não há mínimas condições para trabalhar, o culpado não é o servidor sem motivação nem perspectivas, e sim o Prefeito que não sabe administrar e muito menos respeitar o servidor tanto como profissional, tanto como cidadão.

Os funcionários da Educação brigavam por complementos no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, em especial quanto ao reajuste na tabela salarial, pois a mesma estava em desacordo com os percentuais atuais, gerando defasagem que incidiam de maneira direta no custo de vida. Os grevistas da Saúde reivindicavam um plano de progressão mais condizente com as necessidades dos funcionários e suas atividades.

Tirante a euforia e o êxtase geral que tomaram parte da miríade de reclames, o que vigorou nesta manifestação foi a histeria exagerada de alguns políticos e líderes sindicais em procurar resolver a situação na base do “vai ou racha”. Em momentos como estes, remexer a bosta, com certeza a tornará mais fétida. Mas isso tem sido a tática de pessoas que tem o costume de trabalhar a favor do caos e que só conseguem espaço na política através do discurso do “quanto pior, melhor”, como é o caso de políticos ligados ao PT, um desserviço para toda a sociedade. Não foi difícil conseguir enxergar uma explícita necessidade de aparecer de pessoas vinculadas ao séquito petista. Difícil foi imaginar que os grevistas pudessem somente estar fazendo parte do jogo de interesses. O desgaste inoportuno deste “fuzuê” foi enorme para todos.

O mais correto em situações como estas, é procurar resolver o embaraço numa mesa de negociações a fim de corrigir estas distorções. Mas como? Fazendo um balanço geral da situação para, uma vez identificadas as disposições nas finanças públicas, estabelecer a correta aplicação na satisfação das carências básicas do servidor, que objetivam acima de tudo melhorias em seus parâmetros de vida. Esta é a diretriz da responsabilidade com a coisa pública. E foi exatamente esta a diretriz que procurou encontrar o Presidente da Câmara, Célio Targino, ao intermediar de maneira madura a discussão entre o Prefeito Atalíbio Pegorini e a representação dos grevistas.

Disposto a desarmar os espíritos de qualquer tipo de ranço de discórdia e incompreensão mútua, o Presidente da Câmara, como agente de negociação, exerceu papel de extrema importância na intermediação desta celeuma. Talvez se não fosse a intervenção do Presidente da Câmara, esta reunião poderia ter chegado ao seu desfecho sem nenhum assunto em conclusão devido aos inúmeros desvios de foco das questões essenciais.

Neste encontro, Célio Targino apenas fez o Prefeito entender que já estava passando da hora de se fazer uma análise hermenêutica sobre a situação e encontrar medidas cabíveis e propostas condignas de respeito à dignidade do servidor público para que estes funcionários pudessem vislumbrar ao final de sua jornada de trabalho, recompensas justas pelo esforço que realizou.

Com respeito ao diálogo é possível chegar a um consenso geral. Com buzinaços, palavras de ordem, baderna e bagunça, só se consegue barulho e más vibrações.