terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O QUE ATRASA GUAJARÁ

Hoje em dia a sociedade é obrigada a conviver com leis e portarias que só atrapalham a vida dos cidadãos. De um lado o pobre do cidadão tentando ganhar a vida e do outro uma porrada de tecnocratas que se dedicam em tempo integral à tarefa de liquidar com as liberdades do cidadão. E pior é que para sustentar este aparato é preciso arrecadar impostos. Talvez seja por isto que o setor público hoje acabou tornando-se uma bóia de salvação para muitos burocratas que nunca tiveram traquejo para ingressar no mercado de trabalho, e por este motivo ficam criando leis e cuidando da vida dos outros. Afinal é muito mais fácil e agradável criar leis e impostos do que trabalhar.

Em tempos recentes a sociedade guajaramirense ficou perplexa com a notícia da apreensão de papeis e notas fiscais de uma empresa que vendia serviços e produtos para a prefeitura. Esta operação, que teve origem no Ministério Público e foi encampada pela Polícia Federal, investigou e apurou denúncias de indícios de irregularidades no serviço desta empresa. Comenta-se nos bastidores que quem teria feito as denúncias ao MP foi um comerciante com atuação no palco político cuja empresa em passado não muito remoto também já negociou seus serviços e produtos com o Palácio Pérola.

Mas pelo que parece, a empresa arrolada não estava em desacordo com a lei, estava regularizada para a garantia da execução do serviço, a prefeitura entende que o contrato estava correto e não existe qualquer conexão entre política e negócios, embora o MP entenda que não. Somente aconteceu que a empresa se credenciou, concorreu e acabou vencendo alguns processos de seleção. Se houve facilidade na licitação, por que os tecnocratas não partiram para cima de quem “por supuesto” teria vendido a tal facilidade? Estranha o fato de a Polícia Federal deflagrar uma operação somente contra a empresa sem maiores precisões. Tamanho foi o estrago causado à companhia comercial que neste momento é muito difícil que seus responsáveis encontrem equilíbrio entre seus balanços, projeções, orçamentos e finanças.

Existem coisas que a Justiça dá o parecer como legal, mas a sociedade entende como imoral. Ora! Se é imoral, não é justo. Pode até ser legal do ponto de vista judicial, mas acaba quebrando alguns valores de justiça. Se a moral é ferida, caberia uma mudança de regras para colocá-la no seu devido lugar. É de todos sabido que em toda licitação há interesses de políticos, seja no sentido de levar vantagem, meter a mão, desviar recursos ou ganhar algum por fora. Isto é universal. Mas em se tratando desta empresa, faz-se necessário uma correção. Todos os homens de negócios têm seus pontos de perspectivas. Alguns é preciso conhecê-los de perto para se fazer uma opinião a respeito e outros que nunca julgamos tão bem a não ser à distância. A empresa em questão, pelo que se pôde apurar, é honesta e buscava apenas sobreviver no mercado.

Hoje, mais do que nunca, faz-se necessário criar condições para fomentar o comércio e facilitar as relações entre governos, órgãos públicos e empresas com visão de mercado, projetos e coragem a fim de promover empregos, reduzir a pobreza e alavancar o progresso em Guajará-Mirim. Mas nunca iremos chegar ao tão sonhado zênite comercial enquanto houveram obstáculos às condições essenciais para o trabalho daqueles que acreditam e querem investir em nossa cidade.