Localizado em frente ao porto oficial, o museu da estrada de ferro hoje encontra-se fechado e sofre com o abandono. O museu, que um dia já foi cartão de visitas de Guajará-Mirim, está com seus pilares e viga de sustentação com desgastes em vários pontos e precisando de reparos e manutenção. Diversas áreas da estrutura também estão danificadas por infiltrações, há corrosão e rachaduras nas paredes e o forro e madeirame estão deteriorados pelas goteiras e pela ação do tempo. Um forte cheio de fezes e urina empestam os arredores da construção e camisinhas usadas são vistas com freqüência jogadas nos fundos do casarão.
Segundo o administrador do museu, o senhor Cláudio Furlanetto, que diga-se de passagem, não recebe um centavo para tal mister, umas das principais causas do abandono em que se encontra o museu se deve ao jogo de empurra-empurra das autoridades. “O departamento de cultura da cidade não move uma palha e nem se pronuncia a respeito da problemática. Enquanto isso a prefeitura diz que o museu não é municipalizado e que caberia a união fazer uma reforma e restaurar o acervo do museu”.
Além de antigo, outros fatores agregam valor à construção. O prédio já foi funcionou como ponto de parada do trem na época da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Depois que a Ferrovia foi desativada, nunca foi feita uma reforma de verdade, só remendos e uma ou outra mão de tinta. Fazendo uma vistoria a grosso modo, qualquer leigo pode ver que a construção está correndo sérios riscos, inclusive podendo vir a desabar a qualquer momento. Há uma necessidade urgente dos poderes públicos tomarem uma decisão. “Seria muito bom que a prefeitura criasse um órgão para a proteção do patrimônio com a participação da comunidade”, reclama Furlaneto.
Reestruturar o museu faz parte do resgate da memória da cidade e entre as medidas a serem propostas, depois da urgente reforma do prédio, a ampliação do acervo hoje constituído por objetos em sua grande maioria doados pelo próprio Furlanetto e outros pelos moradores mais antigos da cidade. “O negócio é lutar para reabrir o museu para visitação como era antes”, Finaliza o administrador.
Os museus aprofundam as ações de identidade, educação e pesquisa, que por sua vez vai desencadear o movimento de novas ações de caráter inclusivo. Abandonar o museu ou deixa-la ao Deus-dará é o mesmo que relegar ao tempo e jogar no lixo da historia toda a cultura e identidade de um povo