quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SOS: MUSEU PEDE SOCORRO

Localizado em frente ao porto oficial, o museu da estrada de ferro hoje encontra-se fechado e sofre com o abandono. O museu, que um dia já foi cartão de visitas de Guajará-Mirim, está com seus pilares e viga de sustentação com desgastes em vários pontos e precisando de reparos e manutenção. Diversas áreas da estrutura também estão danificadas por infiltrações, há corrosão e rachaduras nas paredes e o forro e madeirame estão deteriorados pelas goteiras e pela ação do tempo. Um forte cheio de fezes e urina empestam os arredores da construção e camisinhas usadas são vistas com freqüência jogadas nos fundos do casarão.

Segundo o administrador do museu, o senhor Cláudio Furlanetto, que diga-se de passagem, não recebe um centavo para tal mister, umas das principais causas do abandono em que se encontra o museu se deve ao jogo de empurra-empurra das autoridades. “O departamento de cultura da cidade não move uma palha e nem se pronuncia a respeito da problemática. Enquanto isso a prefeitura diz que o museu não é municipalizado e que caberia a união fazer uma reforma e restaurar o acervo do museu”.

Além de antigo, outros fatores agregam valor à construção. O prédio já foi funcionou como ponto de parada do trem na época da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Depois que a Ferrovia foi desativada, nunca foi feita uma reforma de verdade, só remendos e uma ou outra mão de tinta. Fazendo uma vistoria a grosso modo, qualquer leigo pode ver que a construção está correndo sérios riscos, inclusive podendo vir a desabar a qualquer momento. Há uma necessidade urgente dos poderes públicos tomarem uma decisão. “Seria muito bom que a prefeitura criasse um órgão para a proteção do patrimônio com a participação da comunidade”, reclama Furlaneto.

Reestruturar o museu faz parte do resgate da memória da cidade e entre as medidas a serem propostas, depois da urgente reforma do prédio, a ampliação do acervo hoje constituído por objetos em sua grande maioria doados pelo próprio Furlanetto e outros pelos moradores mais antigos da cidade. “O negócio é lutar para reabrir o museu para visitação como era antes”, Finaliza o administrador.

Os museus aprofundam as ações de identidade, educação e pesquisa, que por sua vez vai desencadear o movimento de novas ações de caráter inclusivo. Abandonar o museu ou deixa-la ao Deus-dará é o mesmo que relegar ao tempo e jogar no lixo da historia toda a cultura e identidade de um povo

domingo, 27 de setembro de 2009

DEPUTADO LEBRÃO: DE CATADOR DE PAPEL AO PARLAMENTO DE RONDÔNIA, A SAGA DE UM VENCEDOR.

O paulistano José Eurípedes Clemente conhecido por “Lebrão”, passou por uma epopéia e tanto até chegar ao cargo de deputado estadual de Rondônia. Nascido na cidade de Guaíra, estado de São Paulo, Lebrão deixou sua terra natal aos 28 anos para tentar uma vida melhor em Rondônia. O homem, que hoje é deputado, já revirou lixo e comeu alimentos encontrados nos velhos latões. A infância e adolescência pobres, na linha da miséria foram divididas entre Guaíra e a cidade de São Paulo, onde viveu por doze anos.

Em São Paulo Lebrão foi catador de papel dos 9 aos 13 anos e muitas vezes comeu restos de frutas e verduras nos lixões dos mercados. “Minha mãe Maria Clemente, pedia ajuda nas casas e a gente recebia colaboração de instituições filantrópicas. Éramos mendigos mesmo! Nós moramos em barracos e até dentro de um forno numa olaria. Mas como não existe crise que resista ao trabalho, passamos a plantar hortas em terrenos baldios e a vender a produção. Em quatro anos entramos para o ramo comercial com uma pequena mercearia”, lembra o deputado.

Aos 18 anos, Lebrão foi para o exército. Ao deixar o exército, Lebrão virou caminhoneiro e conseguiu comprar um Fenemê que pagou em prestações para fazer fretes. Em suas viagens pelo Brasil, conheceu Rondônia. “Era um estado novo e promissor. Achei que seria um bom lugar para criar meus filhos e crescer financeiramente, então vim para esta terra, morar em Cerejeiras. Vendi o caminhão e arrumei emprego como saqueiro e comecei a participar da vida política do município”.

Em 1988 Lebrão foi para o garimpo de Bom futuro em Ariquemes. “Lá peguei muita malária, quase morri, mas consegui juntar dinheiro pra comprar uma Scânia 1115. passei a negociar e a transportar madeira como representante de firmas paulistas, quando me estabeleci com minha esposa e meus dois filhos em São Francisco, onde montei minha primeira serraria e continuei no ramo de transportes. Em pouco tempo a empresa se expandiu para Costa Marques e com filial também em Porto Velho. A frota chegou a 10 carretas em quatro anos de trabalho”, recorda Lebrão com orgulho.

Foi nesse meio tempo que Lebrão acabou entrando para a vida pública. Derrubando árvores o empresário teve muitos problemas com os órgãos ambientais. Sua Defesa para o funcionamento das serrarias na região levou-o à uma liderança natural, e em 2.004 a comunidade madeireira o lançou como candidato a vice-prefeito de Costa marques na chapa encabeçada por Élio da Ceron. A dupla foi eleita.

Seu destaque como vice-prefeito já era esperado e, passados dois anos Lebrão já tinha histórico que o levou a traçar um projeto político maior. Em 2.006 candidatou-se a deputado estadual ficando na primeira suplência do partido. Mas em janeiro deste ano Lebrão assumiu a vaga deixada por Alex Testoni, que foi para a prefeitura de Ouro Preto do Oeste.

“Nestes dois anos que tenho pela frente vou fazer um mandato para dar continuidade ao projeto político iniciado em 2.006”. A prioridade de Lebrão continua sendo a defesa do setor produtivo madeireiro, “que ainda tem muito a contribuir com o progresso de Rondônia, com a implantação do extrativismo e manejo das reservas estaduais da nossa região. Estou elaborando um projeto legal e viável para aquecer o setor”, finalizou o deputado.