quarta-feira, 23 de março de 2011

A IGNORÂNCIA E SEUS EFEITOS

Na semana passada Guajará-Mirim mais uma vez surpreendeu-se com alta levada de barbárie e selvageria que vem tomando de assalto nossa antes tão pacata cidade. A notícia do latrocínio que ocorreu em uma soparia às margens da BR 425 na saída da cidade foi passada em primeira mão pelo site do O Mamoré e outros. Até aí tudo ok! A imprensa esteve cumprindo a obrigação que está enraizada em seu DNA. Relatar os fatos e procurar detalhes buscando sempre falar o máximo com o mínimo de palavras. O que ninguém ou pouca gente ficou sabendo foi como uma simples notícia se transformou num qüiproquó sem tamanho e que acabou por colocar em prejuízo toda a imprensa guajaramirense.

Acontece que por causa de um arremedo de radialista que sabe-se lá porque, achava que até então detinha o monopólio da informação e com alta crise de ciumeira, talvez pelo motivo de sua audiência estar em declínio em comparação a outros meios de mídia da Cidade Pérola, também acabou achando que tinha o direito de intervir naquilo que podia ou não ser notícia, e com “história de malandro pra delegado” encontrou legitimação para suas causas e aplicou o chamado “conto do vigário” de maneira a manipular seus “insights” e também defender seus notórios interesses embasados em estereótipos ignorantes. Resumo: de agora em diante está proibido a toda a imprensa guajaramirense o acesso à equipe de perícia da Polícia Civil a fim de recolher dados, detalhes e material visual.

Pela idiotice do mentecapto fica explicitado o quanto o mesmo é uma besta, um energúmeno que deveria assinar atestado de burrice. Sim, é tão burro que conseguiu atirar no seu próprio pé e contrariar a si mesmo. Não conseguiu até hoje reconhecer que os serviços da Polícia e da Imprensa devem caminhar em sincronia em favor de toda sociedade. Talvez isto deva-se ao fato de que o que raciocina seja apenas o espelho de sua mente que não pensa adiante, apenas tem relâmpagos de sub-inteligência. Como dizia meu pai: “Meu filho, a quem lhe falta caldo de cultura, a humildade deveria deixar de ser apanágio para se tornar requisito essencial”. Neste caso acrescento que acima de tudo, para evitar atropelos a respeito das normas parametrais que regem nossa imprensa escrita e áudio-visual e a intromissão de alguns “fakes” neste mercado de trabalho, neste momento é de extrema urgência discutir o papel do jornalista na sociedade, avaliar critérios, discutir os limites da profissão, estabelecer parâmetros éticos para o exercício da mesma e fazer avaliações sobre se de fato os meios de comunicação de Guajará-Mirim estão cumprindo o papel social que deveriam ter.

Em jornalismo existe uma condição básica: informação é poder. Nas outras profissões as pessoas que tem informações as segura para si. O jornalista não. O gosto do jornalista é contar para os outros, é a psicologia do furo da matéria.

É claro que existem alguns canalhas no meio da imprensa, assim como existem canalhas na política. É mister explicar que o jornalismo não pertence a fulano nem a sicrano. O jornalismo pertence ao Povo. Este povo não está nem aí para as “birrinhas’ do radialista, do assessor de imprensa ou do diretor da Rádio. O povo quer saber da verdade dos fatos. E é nisto que o bom jornalista deve concentrar seu trabalho.