terça-feira, 12 de julho de 2011

O CAOS NA SAÚDE

Na semana passada a Comissão de Saúde da Câmara realizou audiência pública com o objetivo de discutir com a população a situação caótica em que se transformou a saúde municipal. Neste simpósio, que contou com a participação de vários segmentos da sociedade, classe médica, enfermeiros, funcionários, empresários, representantes de associações e povo em geral, diversos tópicos foram levados à superfície do contexto referente à matéria em discussão no plenário da Casa de Leis. A falta de atendimento, o mau atendimento, a falta de remédios e material hospitalar, a insuficiência de infra-estrutura e a batalha por salários mais dignos e melhores condições de trabalho fizeram parte deste festival de conversações, reclames, análises e conjeturas.

Uma cidade só pode se considerar saudável quando todos os fatores ambientais que repercutem na saúde, higiene e bem- estar social estão em sincronia com as boas condições de vida da população. A saúde da cidade é a condição necessária para a saúde de cada cidadão. Hoje em dia, as filas intermináveis na sala de espera do Hospital Regional, onde a Prefeitura só disponibiliza um médico plantonista para atender toda a sociedade, arredores da cidade e população ribeirinha é coisa de impacientar muitos pacientes. Isto quando não sobrecarregam com enfermos de Nova Mamoré e da Bolívia. Aqui e acolá acontece casos de morte por falta de socorro rápido.

Em visita de vistoria ao Hospital Regional na quarta-feira, os vereadores Francisco Quintão e Marilete Soares puderam averiguar que a saúde municipal encontra-se em coma profundo. Sala de cirurgia com aparelhos arcaicos, com remendos e que só funcionam na base do empurrão, lavanderia com aparelhos quebrados e do tempo das cavernas, arquivos com caixas umas jogadas por cimas das outras, mulheres com crianças chorando no colo, gente gemendo pelos corredores e por aí afora. Como arrumar soluções para o caos que se instalou na saúde pública de Guajará-Mirim?

No Hospital Bom Pastor, unidade privada de saúde, mas que atende ao sistema público, e que segundo consta, estaria com suas instalações adequadas para atender casos de necessidades e emergências, a coisa não é diferente. Mostrando que não tem comando de nada, a responsável pela direção do hospital, ao receber a visita dos vereadores da Comissão de Saúde, primeiro exigiu uma solicitação pró-forma da Câmara Municipal, e em seguida quando a solicitação lhe foi passada em mãos, disse que assinava o recibo mas não autorizava a inspeção. Esta atitude fez parecer aos vereadores que existem coisas erradas naquele complexo médico. Tudo isso aconteceu após o chá-de-cadeira que os vereadores tiveram que se submeter, isto por causa da confusão de informações por parte de funcionários que parecem não ter o menor respeito pelos seus chefes, exatamente por isso. Por eles não terem comando de nada.

Estamos nesta situação. Hoje sem nenhuma condição de trabalho e operação, o ambiente em que se encontram nossos hospitais e postos de saúde parece um ambiente de guerra. Começa pela falta de medicamentos, materiais, equipagem e carência de pessoal, passando pela falta de responsáveis para dar qualquer satisfação para a população, chegando até os pacientes, que gemendo de dores esperam na fila abandonados e humilhados pelas salas principais.