quinta-feira, 10 de setembro de 2009

TODA FÉ NA RAZÃO E NA LÓGICA

Ainda que ninguém vá dar muita atenção para o que vou dizer, quero na coluna de hoje discrepar do ilustre colega Dom Sierra Tigre no tocante ao artigo “A fé remove montanhas” da semana passada. O que li ali foi um dicionário de citações de auto-ajuda e lugares-comuns filosóficos religiosos. Uma associação de missa das seis com crendices de seguidor de procissão. Mas o que mais me surpreendeu na epístola é como um cara que até acho coerente naquilo que escreve conserve essa crença de 2.000 anos atrasada. Religião não se discute? Como não? Verdade absoluta? Vamos discutir.

Pra começar quero deixar explícito que a existência ou não de Deus não vai mudar em nada o acontecer dos fatos. Se ele não existir, como acho que não existe, o nosso mundo vai continuar sendo este inferno em que estamos vivendo. E se ele existir, com certeza não vai ser um canalha pra se preocupar com os meus ridículos pecados amorais e clandestinos do passado. Se Deus existir, ele irá atrás de presas maiores e que causaram dor, morte e sofrimento para uma porrada de gente, não apenas para dois ou três maridos desafortunados, mas para milhões de pessoas como Hitler, Stalin, Idi Amin Dada, George Bush, Collor de Mello e FHC, o nosso pilantra maior.

Quanto ao quesito religião, hoje qualquer um que tenha uma cultura independente sabe que cientificamente um planeta como o nosso tem bilhões de anos, mas a Bíblia sagrada garante que o planeta Terra foi criado por Deus em sete dias e que tem apenas 10.000 anos. A superstição e a fantasia sim, vem desta época. Nesta época remota o Homem quando não conseguiu decifrar os fenômenos da natureza (os raios, trovões, as chuvas, tempestades, meteoros e eclipses) inventou Deus para suprir sua ignorância. De lá para cá o fato é que por causa da ignorância do povo nós temos que carregar Deus nas costas pelos restos dos nossos dias.

Quanto a questão da ignorância, nem é preciso dizer que a religião foi responsável pelo maior atraso intelectual que já houve na face da Terra. A igreja foi contra as teorias de Galileu, pois segundo ela o Sol não poderia ser o centro do universo. Este lugar perfeito, segundo ela, era a Terra, obra de Deus. Foi contra a datação do mundo, o estudo da anatomia em cadáveres e foi contra a invenção do Para-raio, pois para ela as descargas elétricas eram resultado da fúria de Deus pelos pecados do Homem.

O pior de tudo é que para manter seu rebanho sob açoite desta ignorância, a igreja se sujeitou até a deixar um extenso rastro de sangue de envergonhar até os mais ingênuos dos crentes. Exemplos: as cruzadas dos Cristãos, a expansão islâmica à base da espada, a briga entre religiões na Irlanda do Norte, homens-bombas no Irã, Iraque, Sri-Lanka, Paquistão e o escambau.

Em suma, acho que a ausência de uma explicação natural não implica necessariamente numa explicação sobrenatural. Nada contra o escriba da página ao lado, que aliás acho que teve a melhor das intenções naquilo que escreveu, muito embora com a cegueira da fé. Que desperdício. Tivesse no Tibet ou no Himalaia, fosse budista ou muçulmano, nas utópicas cantilenas da religião, mudaria apenas o nome do mito a ser idolatrado: Buda, Maomé ou outro qualquer. Sem querer comparar e com todo o respeito. Palavras, palavras, nada mais...

domingo, 6 de setembro de 2009

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DISCUTE ZONA FRANCA COM VEREADORES

Aconteceu às 10:00 horas da última terça-feira (01) na sala presidencial da Câmara de vereadores uma reunião com a representação da Associação comercial e os vereadores de Guajará-Mirim em toda sua unanimidade com o objetivo de discutir a proposta de expansão da área de livre comércio e colocar o Poder Legislativo a par da medida que pode alterar algumas cláusulas contratuais e que só iriam beneficiar interesses particulares em prejuízo do progresso e desenvolvimento de Guajará-Mirim. Este encontro ocorreu sob o signo do consenso e das boas intenções. Tanto a Câmara como a Associação foram contrários à emenda que altera a lei que concede a Guajará-Mirim a total autonomia sobre a área de livre comércio.

Segundo o presidente da Associação Comercial Alberto Azzi (Teló), em tempos recentes uma comissão de Guajará-Mirim esteve em Brasília e apresentou propostas junto a representação federal do Estado dando ênfase a tal emenda. Pelas falas do presidente da Associação, esta comissão foi encabeçada por um empresário que atua no ramo de lobbies comerciais e nesta ocasião se instou auto-intitulado “Assessor Municipal para assuntos da Área de Livre Comércio”. Ainda segundo o presidente, este “Assessor” teve suporte logístico da diretoria da Unir e do Poder Executivo. Até o fechamento desta edição o jornal O Mamoré não conseguiu apurar se a Prefeitura tem esta assessoria dentro de seus quadros.

Em sua exposição o assessor de comunicação da Associação Comercial Cícero Noronha argumentou que “com a expansão proposta por esta comissão, a área de livre comércio iria se estender até Porto Velho e com isso a economia de Guajará-Mirim que hoje se acha estagnada iria à bancarrota, uma vez que a tendência das empresas que hoje operam em Guajará-Mirim seria migrar para a capital, haja vista a questão custo-benefício no que se refere a frete de cargas e economia de combustível já que entre Porto Velho e Guajará-Mirim são quase 400 quilômetros de distância”. Cícero disse ainda que só quem tem a lucrar com isso são setores do segmento atacadista distribuidor que não se preocupam em melhorias sócio-econômicas para Guajará-Mirim, ao contrário dos quase 800 pequenos comerciantes desta cidade (supermercados, tabernas, açougues, padarias, bares, restaurantes, farmácias, hotéis, lojas de móveis e eletrodomésticos, confecções e calçados) que investem aqui porque aqui tem raízes e família.

A área de livre comércio tem como objetivo a importação e exportação de produtos e mercadorias com livre trânsito através de incentivos fiscais entre países de fronteira, que além de incrementar a atividade comercial tem toda uma política voltada no sentido de estreitar as relações bi-laterais.