sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MARY, UMA LINDA MULHER

Conheci Mary na última Festa dos Amigos de Guajará. E este encontro aconteceu por um fortuito desígnio do destino. Estava fugindo da chuva que começou a se precipitar na Praça Mario Correa, local da primeira noite do evento e resolvi me abrigar no Bar Estação que fica nas imediações. Ao chegar neste recanto da boemia guajaramirense encontrei algumas colegas de trabalho sentadas em uma mesa na calçada e por lá me assentei também. Em seguida, ao me dirigir até o balcão do bar para comprar uma “Heineken” e cumprimentar outros amigos, me deparei com esta mulher que me deixou boquiaberto diante de tanta ternura que se expandia de sua alma sensível.

Naquele momento tive certeza de que nada mais era importante para mim a não ser a suave curva de suas sobrancelhas e o fenômeno que são a criação de seus olhos que olhavam os meus e que, na maior das gratuidades, também olhavam os seus. De gaiato me apresentei, e ela, madura e supersimpática , correspondeu. Trocamos E-mails e logo em seguida me despedi beijando-lhe a face.

Nos dias que se seguiram, trocamos mensagens, votos de estima, felicitações e passamos a nos conhecer melhor. Mary foi casada com um radialista e ex-deputado muito famoso, o que lhe proporcionou ao menos uma década de status e “norrau” de viagens pelo Brasil inteiro. Separou-se após anos e anos de engrenagens emocionais para lá de gastas. Nada a ver com incompatibilidades de gênios, tanto é verdade que continuam amigos. Marcamos de nos encontrar em Porto-Velho na primeira viagem que eu fizesse àquela cidade, o que só veio a acontecer na minha terceira excursão.

Há uma enorme diferença entre o romance que o cinema nos apresenta e o romance do dia-a-dia, a começar pela trilha sonora que no cinema se encaixa em perfeita performance, enquanto que na vida real nós mesmos temos que criar mecanismos que poderão alterar a variação das emoções conforme a química entre aqueles que se assemelham de corpo e alma. Após lhe telefonar dizendo que estava na cidade, com um longo vestido sobre um corpo elegante, macio e perfumado, Mary apareceu. Em seguida fomos ao Shoping a fim de comer alguma coisa e conversar.

Neste mundo em que a maioria das pessoas só procuram absorver conceitos e não estão nem aí para a forma e a essência das coisas, Mary me ensinou que a vida é assim mesmo, cheia de problemas e obstáculos, mas se a gente agüentar firme, sem se revoltar e com muita fé, vai sem escalas para o paraíso eterno. Por isto temos que aceitar as batalhas do dia-a-dia, os confrontos, os altos e baixos emocionais, expectativas e frustrações como ordem natural das coisas. Buscando ao máximo penetrar sua alma sensível, me fazer agradável ou mesmo não lhe preocupar com os meus problemas, apenas a escutei, enquanto Mary, com sua magnitude de atração que envolve e se expande no campo de radiação de sua atmosfera falava. Mary é o tipo de mulher que depois que você conversa, fica a se perguntar: “Mas como é que não te conheci antes?”.

Gostaria de ter ficado mais tempo e desfrutar muito mais de sua companhia, mas o relógio cobrava o dia de amanhã. Mas qualquer dia desses, sem que se perceba, quem sabe a gente não se encontra para outra conversa sobre filosofias, políticas e lutas. Enfim, conversar coisas da vida. Mary, que saudades de você minha amiga!