Em vista do atual estado de coisas pelo qual atravessa a administração municipal e da insatisfação geral reinante em todos os cantos da cidade, começa a tomar vulto, embora de forma aleatória dentro dos poderes com poderes para tomar prumo da situação, uma ação coordenada no sentido de que apurem-se os fatos, investigue-se a omissão e a inoperância de quem deveria estar no mando dos negócios públicos e cumpra-se o que está escrito nos códigos das leis. Esta sanção pragmática, encabeçada por uma vanguarda de vereadores que se preocupam com os rumos que a cidade vai tomando, deverá encontrar ressonância junto à sociedade como um todo nos próximos dias e poderá vir a emergir num manifesto do povo, na chamada pressão popular.
Nas ruas, praças, bares e tabernas não se fala em outra coisa que não seja em CPI ou até mesmo em “Impeachment” do atual prefeito Atalíbio Pegorini. Este falatório quase sempre aparece de forma a desvirtuar e confundir leigos nos assuntos políticos por misturar no mesmo “balaio de gatos” o que parece ser e o que de fato é. A priori há que se entender que CPI não julga ninguém. A ela cabe apenas investigar, apurar denúncias, reunir provas, intimar e ouvir os envolvidos. Nesta fase inicial a Comissão deverá colocar o máximo de empenho na apuração dos fatos a fim de identificar responsabilidades e conforme for o desfecho, adotar as medidas cabíveis.
Muito bem, uma vez feitas as apurações de praxe, a Comissão tem que ter sustentação cimentadas em fatos concretos para a partir daí sim, dar início ou não à um processo de cassação de quem se portou de maneira réproba ou não condizente com a altura do cargo que ora o povo lhe outorga. No caso de Guajará-Mirim, este processo compete à Câmara de vereadores e se destina a destituir do cargo o chefe maior da Prefeitura Municipal, seja por desmandos gerais, descalabros oficiais ou por gestão ruinosa nos negócios da administração.
Portanto CPI a gente sabe como começa, mas ninguém sabe como termina. Aqui no nosso caso especial o que se sabe é que por muitas vezes o vereadores buscaram o prefeito com o objetivo de cobrar satisfações em vista dos reclames da população sobre todos os setores, sejam da saúde, da educação, da área rural, obras e serviços, dentre outros. Mas como bem disse o presidente da Câmara Célio Targino numa das últimas sessões: “Não se tira um prefeito que teve 7.000 votos de uma hora para outra apenas por causa do fracasso de sua administração. A Câmara não pode chegar e falar: - Prefeito, o senhor vai ter que sair porque o senhor não tá fazendo nada. Isso não existe do ponto de vista legal”.
Em suma, é preciso que seja montado um processo com base nos parâmetros da hermenêutica e ao mesmo tempo tendo o apoio conjunto das entidades de representação (Associação Comercial, Maçonaria, Rotary, Lions, igrejas e associações de bairro) e do povo em geral, pois somente com uma atuação positiva da população fazendo protesto e mostrando sua indignação frente à indecência pública é que se poderá por fim a esta situação de caos que hoje impera em Guajará-Mirim.