terça-feira, 30 de novembro de 2010

INVERSÃO DE VALORES

Aqui e acolá tenho ouvido blábláblás de algumas senhoras que hoje só querem saber de futilidades via Internet, conversar sobre como melhorar a bunda na academia a fim de parecer mais gostosa para o par sexual ou ainda discutir as fofocas que viram na Caras. A capacidade de raciocinar, de se distanciar de maneira crítica e de pensar destas mulheres foi para as cucuias. A Revista Caras, a Ana Maria Braga e outras coisas inúteis tomaram de conta de seus seres. Esta avalanche de porcarias é que destrói a arte em toda a sua essência. Me refiro, claro, à arte que humaniza e enriquece o espírito.

No Planeta dos Homens a coisa também não é diferente: tudo o que a Televisão manda fazer, os imbecis obedecem. Só falam em comprar automóvel com freios ABS, câmbio automático, injeção eletrônica, computadores de bordo, GPS, faróis de Mercúrio ou de Néon, pneus radiais tala-largas, frigobar, Porta-chifres, o c#ralho a quatro. Depois de falarem mal de todos os políticos, eles embarcam e vão embora nos seus Vectras, Hondas Civics ou CRVs que pagam a prestação mas que lhes enchem de orgulho. Sim, para este tipo de gente, um Vectra, Honda Civic ou outro qualquer é muito mais importante do que eu ou você. Para eles, um bom carro do ano mesmo pago a prestações é o primeiro passo para a Estrada do Sucesso, não é mesmo? Aí eles passam no Posto Esso, colocam gasolina aditivada e vão pegar as suas mulheres (algumas os corneiam sem dó nem piedade) para juntos seguirem felizes para a Festa do Hawai.

É claro que este exemplos de “modus vivendi” só encontram agasalho em gente de mente tacanha. Gente que quando metem a mão no bolso para dividir uma conta, o fazem com desconfiança, como se todos à mesa estivessem querendo roubá-lo. São uns pobres de espírito, não importam o quanto tenham. O pior é que alguns aí se dizem até doutores, enquanto outros por vezes até abusam no atropelo das leis.

Ora meus culhões! Não existe ninguém melhor que ninguém, assim como também não existem doutores. Os doutores morreram! Hoje quem está na cadeia doutora-se em disciplina e sabe bem mais de justiça que aqueles que de forma oficiosa as executam ou se dizem mestrados em qualquer coisa. Quem está na cadeia sabe muito mais sobre a importância da liberdade de ir e vir do que aqueles que gastaram anos numa universidade.

A grande verdade é que alguns desses escrotos dizem não acreditar em Deus, mas ao mesmo tempo precisam de deuses para continuar vivendo, sejam eles MSNs, novelas, Flamengos, Corinthians, qualquer coisa que lhes dê sentido às suas medíocres ignorâncias. Porém, está na hora de colocar a mão na cabeça e compreender que jogadores de futebol não são deuses, atores de novela não são deuses, cantores sertanejos ou de Rock não são deuses, nem automóveis nem computadores são deuses e muito menos os diplomas são deuses.

O que a gente precisa hoje são de pessoas que não se prendam a ídolos e portanto nada tem a perder; de pessoas ricas de espírito porque toda riqueza de que precisam está no cérebro e no coração; pessoas que não são escravas nem da propaganda nem da televisão e muito menos dos próprios desejos. A cada passo que a gente der no caminho da cidadania através da cultura, muito mais seremos nós mesmos.