terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A TONGA DA MIRONGA DO CAXINGUELÊ

Negócio seguinte: não sei se algumas pessoas me acham o cara mais bonito da cidade ou então o mais inteligente. Pode até ser que eu seja as duas coisas. O fato é que não sei porque cargas d’água, tudo o que eu falo por aí é motivo de reverência, especulato e rebuliço. Tenho notado. Tem gente inclusive que faz questão de sentar-se à mesa ao lado da minha somente com o intuito de escutar minhas conversas para levar para diante. No entanto não me acho um cara inteligente. Ao contrário. Quanto mais eu leio, mais me deprimo por me descobrir o quanto ainda sou analfabeto.

A menção de fatos e coisas se deve à um incidente que ocorreu mês passado e que envolveu gente cujas características em sua imagem podem até não ter nada a ver com o seu caráter, mas sem que se perceba, ficam gravadas “ad infinitum” no imaginário popular. Queria salientar que nada tenho contra nenhum tipo de servidor público ou civil desta grande aldeia Guajará. Todos me tratam com respeito sem deixar de cumprir com suas obrigações. O problema é puramente pessoal deste tipo de gente contra este crítico social. Creio que falta-lhe ainda o fio condutor para o entendimento lógico da razão e da crítica hermenêutica. Ou pode ser também inveja de um intelecto formado às custas de muito lastro literário, em detrimento de carências de verniz cultural e imposturas fiscais. O fato é que fui tratado como marginal pelo dito cujo que na falta de capacitação para atendimento ao público parece que resolve aflorar seus instintos mais neolíticos em forma de “gêiseres”. E isto parece ser consuetudinário.

Por não ter mais idade e muito menos culhões para agüentar este tipo de coisa, foi que como cidadão ciente de meus deveres e obrigações, procurei a chefia geral da Instituição onde este ferrabrás presta serviços laborais a fim de que o mesmo pudesse buscar uma solução para esta querela com base no pressuposto do bom senso e da razão e , claro, sem descambar para o corporativismo ou para os embaraços da burocracia. O Chefia, gente de fino trato e de singular inteireza, me recebeu com a maior amabilidade e prometeu-me que iria resolver este qüiproquó. Agradeci sua atenção e pedi-lhe desculpas por ter que levar este tipo de aborrecimento para sua oficina de trabalho. Ainda estou no aguardo deste desiderato.

Quero dizer que em passado remoto tal figura já fez parte do “metié” e do convívio de meus convivas. O problema é que a despeito de amizades de anos e anos como Sérgio Ribeiro, Clóvis Everton, Evângelo Vassilakis e outros que às vezes me censuram, mas que também correspondem aos excessos de qualidades recíprocas entre “nosotros”, este sujeito uma vez incrustado na confraria achou-se no direito de intervir em coisas onde não havia sido chamado, algumas vezes faltando com respeito até às opiniões favoráveis de amizade destes confrades para com as minhas convicções de caráter insigne nesta plêiade, buscando talvez o desagrego do amálgama que ali existia.

Mas extasiados os momentos de opções por cores políticas, o sectarismo – sobretudo este que se desprende das raízes para se fixar no plano verbal – parece ser instrumento de pouca valia na construção democrática. Aliás, não costuma ser eficiente nem em mesa de boteco, conforme atestam tantas amizades desfeitas a goladas. Eis aí mais um exemplo.