sexta-feira, 16 de julho de 2010

IMUNDÍCIE TOMA CONTA DE RUAS E CALÇADAS DE GUAJARÁ

Há mais de duas semanas sem coleta de lixo urbano, Guajará-Mirim se transformou em menos de 10 dias em uma cidade suja, imunda e fétida. O acúmulo de lixo e resíduos domiciliares nas ruas e calçadas da antes vistosa e limpa Cidade Pérola, além de afetar a saúde pública, torna-se um problema social e uma afronta à população, uma vez que o serviço de coleta de lixo é indispensável tanto para conservar a cidade mais urbanizada como para preservar a saúde e a higiene do cidadão comum. O mau cheiro que emana dos vapores residuais estão deixando toda a população à mercê de ratos, baratas, moscas e mosquitos, que são responsáveis por doenças como tifo, diarréia, desinteria, dengue, cólera, malária, tétano, etc...

O antigo serviço de coleta do lixo era realizado há cerca de 12 anos pela empresa DPZ. Uma vez findo o contrato de prestação de serviços, a Prefeitura Municipal não se preocupou em fazer uma previsão de necessidade ou renovar este termo de acordo. Ao contrário. O prefeito em vez disso, resolveu realizar um processo de licitação de uma hora para outra, deixando toda a população no “esgoto”.

Espera-se agora, que uma vez postas em práticas as operações da futura empresa de coleta de lixo, o entulho coletado não seja amontoado no lixões à céu aberto como ocorre hoje, e sim encaminhado para usinas de compostagem, como nos grandes centros urbanos ( onde poderiam se transformar em adubo com utilidade na agricultura), e que não mais ocorram atrasos na coleta, independente de problemas de força maior.

O que não pode mais é a cidade continuar tomada pelo lixo por conta da ineficácia do Prefeito.

terça-feira, 13 de julho de 2010

TRINTA ANOS SEM VINÍCIUS

Completou-se na última semana, trinta anos do passamento desta para outra esfera astral, daquele que foi talvez o maior poeta da Música Popular do Brasil. Múltiplo artista, Vinícius de Moraes foi escritor, músico, diplomata, boêmio, curtidor da vida em todas as suas variantes, e cidadão do Mundo. Também escreveu peças de teatro e trabalhou em jornais fazendo crônicas e críticas de cinema. Seu vasto domínio da linguagem culta ou erudita em muito enriqueceu a música popular, a qual conferiu qualidade literária.

Vinícius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro em outubro de 1913 e escreveu seu primeiro poema aos 7 anos de idade. Fez curso de direito na antiga capital da Guanabara e literatura inglesa em Oxford. Ingressou na carreira diplomática por concurso e trabalhou em embaixadas do Brasil mundo afora. Publicou diversos livros, entre os quais “Poemas, sonetos e baladas” e “Para viver um grande amor”, que mereceu várias reedições. A constante de sua poesia era o lirismo, a expressão indizível da beleza. E foi esta linguagem que fala direto ao coração que o levou para a música popular, onde alcançou êxito internacional como o Papa da Bossa Nova.

Através do universo musical, manteve contato com muita gente do meio artístico que viraram parceiros, tais como Tom Jobim, Carlinhos Lira, Pixinguinha, Baden Powel, Chico Buarque, Maria Creuza e Toquinho, que marcaram presença em sambas e canções como Carta ao Tom, Garota de Ipanema, Insensatez, A casa, Chega de Saudade, Tarde em Itapoã, Gente Humilde, Onde anda Você, Sei Lá e muitas outras.

Representante de uma escola poética romântica amorosa dos tempos modernos, Vinícius conseguiu como poucos expressar com realismo e pureza de sentimentos a relação de amor entre o homem e a mulher. Para os amigos, Vinícius era uma pessoa maravilhosa que buscava sempre compreender e dar uma força para todo mundo, uma pessoa de gestos suaves e incapaz de qualquer tipo de violência e que gostava de conversar sobre as coisas que a vida tem de bom, de gostoso, de engraçado. Gostava de ver a vida passar sem fazer nada, a não ser ficar “pensando na morte da bezerra” a bordo de um legítimo Old Parr.

Em Guajará-Mirim, a poesia e a maneira apaixonada de sentir e viver o mundo e as coisas de Vinícius, encontra ressonância através da voz e violão do amigo e músico Da Hora, que vez em quando dá uma canja lá na taberna do Celso Lobato. Outros amigos que também fazem quorum às sextas-feiras quando aportam por aqui, são os magnânimos Alex Casara e o Dr. João Soares. Este seleto conjunto poderia encontrar eco com mais difusão se contasse com uma platéia também seleta de fãs da poesia e da música de Vinícius como Sérgio Ribeiro, Clóvis Everton, Lorenzo Villar, Carola, Evângelo Vassilakis, Ditão, Abrahim Chamma, Aurimar da Receita e Paulinho Medeiros.

Vinícius de Moraes nos deixou em 08 de julho de 1.980. De suas músicas, as que mais este cronista aprecia são “Pela Luz dos Olhos Teus”, que fala sobre o encontro de solidões e percepções extra-sensoriais entre almas gêmeas, e “ A Tonga da Mironga do Caxinguelê”, um petardo a favor das alegrias da vida e da arte de viver e superar obstáculos ao mesmo tempo em que se carrega fardos insuportáveis.