sexta-feira, 24 de julho de 2009

MATERNIDADE DO HOSPITAL BOM PASTOR DEVERÁ FECHAR EM AGOSTO

Depois de três reuniões de emergência entre o prefeito Atalíbio Pegorini e o bispo da diocese de Guajará-mirim, D.Geraldo Verdier, a última inclusive sob cabresto de intimação judicial levada à cabo pelo Ministério Público ao atual alcaide, onde se decidiu sob as barras da corte deste egrégio estamento burocrático que a prefeitura teria o prazo de dez dias para pagar a metade do débito em atraso de quatro meses do convênio com o Hospital Bom Pastor, eis que a paciência do pároco eclesial acabou chegando ao limite. Cansado de implorar à chefia do executivo “que não tem o mínimo de respeito para com a nossa situação de emergência, uma vez que utilizam o dinheiro da saúde para priorizar outras áreas, quando a saúde do nosso povo é que é sagrada e tinha que ser priorizada”, o ecúmeno bispo disse não haver mais condições para continuar atendendo os pedidos do Hospital Regional em serviços de Raio X, exames laboratoriais, medicamentos etc... Mas o pior está por vir: com alegações de que o Hospital Bom Pastor hoje se encontra numa situação econômica caótica devido ao não cumprimento das obrigações financeiras da prefeitura com o hospital, D. Geraldo, muito a contragosto, anunciou o fechamento em definitivo da maternidade desta unidade médica em fins de agosto. Os vereadores Célio Targino, Marilete Soares, Guerard Castro, Gerônima Melo e Francisco Quintão, preocupados com esta situação procuraram o bispo na manhã da última segunda-feira a fim de não só prestar solidariedade, mas também de encontrar um mecanismo para que esta dívida seja sanada o quanto mais rápido possível, uma vez que o eclesiástico diz já ter perdido todo o resto de confiança que tinha no prefeito Atalíbio Pegorini. O divisor de águas nesta questão, é que por causa desta desconfiança, D. Geraldo parece não estar disposto a dialogar com o prefeito Atalíbio enquanto não se resolver este impasse. O Cura diocesano quer que o acordo feito com a prefeitura seja cumprido até a data limite de 27 de agosto, caso contrário a maternidade será fechada. Todos sabem que o município de Guajará-Mirim está sem maternidade em seu Hospital Regional desde o embargo da reforma da obra ainda na administração Cláudio Pilon. De lá para cá nada se resolveu a respeito desta querela judicial. Quem segurou as “pontas” das gestantes nestes quase sete anos de pendenga entre justiça e política foi o Hospital Bom Pastor. Guajará-Mirim conclama com urgência para que se construa uma maternidade para atender seus munícipes. Se a maternidade do Hospital Bom Pastor for mesmo fechada, o sistema de saúde que hoje já está um caos, pode se transformar numa catástrofe de conseqüências e proporções trágicas. E quem irá arcar com os prejuízos por causa de tamanha irresponsabilidade?

terça-feira, 21 de julho de 2009

RETRATO EM PRETO E BRANCO

Não existe um só dia em que pessoas de nossa cidade reclamam, sejam através dos programas de rádio, sejam nas conversas de boteco ou tabernas, sejam nas ruas, praças ou repartições, da falta de atendimento, da falta de remédios e do caos geral em que se transformou o setor de saúde de Guajará-Mirim. As deficiências são muitas, inclusive de ordem gerencial, haja vista que já se passaram seis meses de administração, tempo este em que se tolerou o novo comando da cidade até para efeitos de argumentação de que todos os problemas pelo qual passa a secretaria de saúde adviram da gestão anterior.

A argumentação em si, agora que estão pedindo mais 90 dias para que se repare o problema, soa um tanto ridícula quando todos nós sabemos que o que está em xeque é a saúde pública e também porque a irresponsabilidade do executivo com esta área essencial já se tornou caso de polícia, conforme registros de ocorrências na delegacia perpetrados por médicos e pacientes do Hospital Regional. Uma coisa há de ser dita: a saúde pública não faz concessões para administradores “mortos-nas-calças”, medricas, molancas, caguinchas ou cagarolas (tá tudo nos dicionários, podem pesquisar).

Acontece que o nosso chefe maior do executivo ainda não assumiu a coragem suficiente de reconhecer ante o povo que o elegeu, a sua real responsabilidade diante do quadro de penúria e abandono pelo qual passa a saúde de Guajará-Mirim e que hoje se constitui num verdadeiro escândalo. Aí ele vem com essa história de pedir mais um prazo.

Aliás, esse negócio de pedir tempo para se resolver impasses parece coisa de namoro político cujos orgasmos não foram recíprocos. Tempo pra quê? Toda administração séria, seja de que partido for, antes mesmo de iniciar a empreitada do mandato já tem que saber de cor o que precisa fazer de imediato já no dia seguinte à posse do prefeito.

Aonde quer que você vá, sempre vai ouvir alguém a comentar que o prefeito falou em alguma rádio que a prefeitura está nessa situação porque não tem dinheiro. Faltam recursos para tudo o que se pensar, menos para pagar as diárias do prefeito e secretários que viajam toda semana para Brasília ou para Porto Velho para não se resolver nada. Então dinheiro no caixa-forte tem. Mas ainda que se aceite a evasiva de que os recursos estão escassos, seria mister indagar o que o prefeito pensa fazer para superar esta escassês de que tanto falam ele e sua assessoria. Porque vamos e venhamos, quem se elege para administrar uma cidade não ganha o cargo apenas para insistir em choradeiras. Outra coisa: ninguém é obrigado a disputar uma eleição, mas já que se meteu na disputa, quem se aventurou deve ter consciência do ônus e dos desafios.

Por fim mas não por último. O que é que o nosso prefeito pretende fazer para recuperar as finanças da cidade? Em que fontes pretende atuar para suprir os problemas de caixa do erário? Qual o “jeitinho” que vai dar para chegar aos cofres estadual e federal? Sim! Porque atribuir as dívidas da prefeitura à crise mundial é uma sacanagem de muito mau gosto e que só vem a provar que a atual administração não tem planos para governar nada e muito menos escrúpulos para inventar desculpas para o seu iminente fracasso.