sexta-feira, 26 de novembro de 2010

UM GOVERNO DE BOM TAMANHO

Como cidadão consciente de seus deveres e obrigações e com um mínimo de vergonha nos cornos, é que estou torcendo para que o Governador eleito Confúcio Moura faça de seu governo uma administração que, diferente do governo medieval que ora se afasta, e que através de uma atmosfera de ameaças ao servidor, enganações de palanque e guerrilhas politiqueiras, manteve com mão de ferro o Estado de Rondônia em permanente estado de tirania por oito anos, agora tenhamos um governo aberto ao diálogo, coordenação e cooperação entre Estado e municípios.

Hoje, passada as eleições, é normal que as conveniências de protocolo estejam em evidência. A confusão formada pelos interesses tem gerado um clima tenso e carregado de críticas e objeções tanto de quem faz parte da conjuntura como de quem está nos bastidores. É muita gente querendo. É muito cacique pra pouco índio. Não se ouve mais falar em projetos e propostas, na alta de qualidade de vida do cidadão, na estabilidade social da nossa região, na necessidade da prática do desenvolvimento sustentado, na necessidade de expansão comercial, nas características sócio-culturais ou mesmo na valorização do homem e seu modo de vida.

Quem escolhe a vida pública como profissão de fé tem que se antenar que vida pública significa antes de tudo trabalhar com a coisa pública. E a coisa pública representa os bens materiais, éticos, culturais e sociais que pertencem a todos os cidadãos, os quais vez por outra são chamados, para através das eleições, escolher aqueles que deveriam tomar de conta e cuidar bem dela. Então por melhores que sejam as vigas que sustentem qualquer caráter, os meios de atuação e os bons modos políticos é que irão amplificar as bandeiras ditas honestas. Há de se lembrar que um governo para alcançar suas promessas tem que estar servido de pessoas capazes e não de gente simpática. Ficará a critério de Confúcio Moura a atitude de compartir ou não o Poder com gente honesta ou com notáveis fichas-sujas.

Em relação a Guajará-Mirim, sabe Confúcio que nossa cidade apresenta um enorme potencial econômico sob forma de recursos naturais aliados ao turismo ecológico e à Área de Livre Comércio, e que o momento é oportuno para implementar políticas para o desenvolvimento destes segmentos. Como fazer isto? Dando incentivos para empresas de fora que queiram se instalar aqui, estímulos à navegação através da construção de portos modernos, dando ênfase à integração com o País vizinho e pondo a agricultura como um grande desafio, podendo implantar um setor agroindustrial para a manufatura dos produtos da nossa região.

Outra questão de extrema importância para “nosotros” diz respeito ao sistema de Saúde. A implantação de mais um hospital em um bairro suburbano e a conclusão da reforma da maternidade do Hospital Regional são prioridades. Mas de nada adianta construir ou reformar hospitais se não houver equipagem com UTI, remédios, farmácias e serviço médico de todas as áreas. Isto também faz parte do pacote de sugestões.

Quanto ao restante do Estado, pouco me importa o que Confúcio Fizer. Se este Governo escolher ser honesto, já estará de bom tamanho.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SOBRE AS ELEIÇÕES

Não queria revolver o assunto, mas uma vez passada a refrega das eleições gerais, gostaria de aproveitar o espaço da Coluna para pôr os “pingos nos iis” em relação à alguns fatos que se desenrolaram no decorrer do certame e que poderão a posteriori servir como referência para alguns neófitos em política tomarem tenência de uma vez por todas de como funciona a ciência da política.

Ao término do primeiro turno destas eleições, participei como ouvinte de uma reunião de cúpula com alguns “experts” no assunto. A pauta consistia em encontrar o rumo do caminho após a derrota do candidato à governador desta cúpula, Expedito Júnior. Atento a tudo e a todos, em certo momento não consegui mais fazer ouvidos de mouco quando a chatice da conversa reinante descambou para o absurdo. E absurdo este, levado a cabo por duas excelências que só poderiam achar que ali naquele clube político só constavam como partícipes imbecis e outros congêneres. Em resumo: estes “experts” tentavam convencer na marra a todos que “Joseph” Serra seria mais palatável que “Dilmanta” Roussef como Presidente.

À disposição dos últimos números da Folha de São Paulo, resolvi mostrar as últimas pesquisas do Ibope, do Instituto Census, do Vox Populi e até do próprio Data Folha, que apontavam a vitória de Dilma, fácil fácil. Ah, pra quê! Como num de repente estes dois “experts” em política saíram de suas cadeiras e, fuzil nos olhos, me botaram contra a parede, como se aquela notícia fosse atentar contra a harmonia geral do Universo. “Gente, eu só estou passando o que está escrito aqui na Folha. Se vocês quiserem conferir...”, expliquei acabrunhado entre a surpresa e a apreensão.

Meus amigos, tenho 28 anos de vivência política. Posso acrescentar a este retrospecto o fato de nunca ter obtido através da política algum tipo de favor oficial de governos que se passaram nesta época. Mas em política, já vi muita gente se enlamear no lodo de interesses que não compactuam com os meus. Gostaria aqui de explicitar que não votei nem em Serra e muito menos em Dilma. Votei em Plínio de Arruda no 1° turno e anulei meu voto para Presidente no 2° turno.

Mas seria oportuno que se frisasse que a visão política de Brasil de José Serra não passa da Avenida Paulista em São Paulo. Acho até que José Serra deveria procurar um emprego mais digno de sua vocação: O cinema, por exemplo. O papel de chefe da Família Adams lhe cairia muito bem. Quanto à Dilma Rouseff, o que ela fez foi trabalhar toda sua campanha na rabeira dos avanços sociais do Governo Lula, que por sinal tem uma visão mais abrangente de Brasil que José Serra. Lula conhece de fato este País. Andando de ônibus rodou o Brasil de cabo a rabo na chamada Caravana da cidadania, conversou com pessoas de todas as camadas sociais, conheceu a fundo os problemas, as mazelas e as necessidades do Povo e prometeu que a vida iria melhorar.

Nestas eleições o povo votou nos números do Governo. Em nenhum lugar do Planeta o uso de cartões de crédito tiveram alavancagem tão grande como no Brasil. Também nunca na vida nacional a sensação de bem-estar esteve tão presente no cotidiano das pessoas. Hoje o povo come e compra mais com muito menos. E foi somente isto que fez o diferencial nestas eleições.