quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COMEÇOU O ANO POLÍTICO

Para muita gente do meio político parece que ainda é muito cedo para se conversar a respeito das eleições gerais que deverão ocorrer em outubro. De algum modo não se pode dizer que estejam de todo errados. Mas apenas sob alguns aspectos. E é sobre eles que devemos discorrer e refletir com mais afinco. É claro que também não há sentido algum em fazer o povo desviar-se de suas atenções da lida diária para tratar de política, até porque o interesse pelas eleições só começam a desenrolar pra valer depois da escolha das convenções dos partidos, quando já começam a se definir quem serão os candidatos.

Mas por outro lado, apesar de estarmos em mês de Carnaval, esta época do ano já deveria se situar dentro da logística de especulato desses partidos a fim de que os mesmos tenham tempo suficiente de dar as caras, aparecer e dizer quem são e para que fim vieram. Quanto a isso faz-se necessário começar a agir, até porque há um enorme desconhecimento por parte do populacho em relação às responsabilidades das legendas. Quem sabe talvez não seja esta ausência e o fato de a sociedade ignorar a programação dos partidos que justifiquem o que revelou a revista Veja numa pesquisa feita tempos atrás: que as organizações políticas são a classe de mais baixa credibilidade entre as instituições.

Quem convive e atua no ramo da política no dia-a-dia sabe muito bem que esta conclusão reflete muito mais falta de conhecimento do que censura, por assim dizer. O problema maior é que via de regra, os partidos não vão à campo para se mostrar de forma didática, e das vezes que se utilizam dos horários da propaganda gratuita no rádio e na TV, preferem, salvo raras exceções, encher lingüiça e perder tempo com picuinhas, tititís, lugares-comuns, disse-me-disses e falsas anunciações. Seria muito bom que viessem para revelar quem são e que “diabos” querem. E mais: eles deveriam também explicar como poderiam fazer para tornar realidade o que tão fácil prometem nas campanhas. Alguma coisa tem que ser feita para que se preencha este vácuo que insiste em permanecer entre as entidades políticas e o eleitorado.

Mas voltando à vaca fria que é a véspera de eleições gerais, a melhor coisa que se poderia fazer é que mesmo sem falar de virtuais candidatos e alianças, os partidos buscassem os meios de comunicação e pedissem licença para se apresentar. Atitudes como essas poderiam evitar por exemplo, a indignação popular ante o momento que estes partidos nos propiciam devido a baixa qualificação de alguns candidatos. Nas últimas eleições muita gente ficou perplexa com a amostragem de força de candidatos e alianças, através de panfletagens, carreatas, bandeiraços e outros expedientes, que antes de causar entusiasmo, geraram grande irritação.

Para sanar esta situação seria mister que os partidos políticos agissem com mais rigor na seleção dos candidatos e buscassem evitar ao máximo os sem a mínima qualificação, assim como aqueles que estão “queimados” com o povão. Desta forma seriam banidos da política tanto os incapazes quanto aqueles “ficha-suja” que só visam os interesses pessoais em detrimento do bem-estar social. Ainda existem sim, candidatos dignos de confiança e aptos ao exercício da atividade pública.