Ao exigir direito de resposta na Rádio Educadora, a vereadora Marilete Soares, um dos maiores alvos dos insultos governamentais, não se sabe porque "cargas D'água" teve negado seu pedido pela direção daquela emissora. Na sessão de terça-feira passada, o presidente da casa do povo de Guajará, Dr. Célio Targino rechaçou com finesse e ao mesmo tempo com firmeza as declarações de Cassol, segundo as quais a prefeitura estaria passando "bufunfa" em demasia para a Câmara do município. O catedrático presidente, além de lembrar ao governador que os poderes são independentes, também ensinou que este repasse é institucional e que a prefeitura não estaria fazendo nenhuma espécie de favor ao executar esta transação, já que a mesma tem amparo legal, ou seja, a prefeitura não faz nada mais que a sua obrigação em efetuar o depósito da "flêpa" no dia marcado sob pena de responder nas barras do tribunal em caso de ato falho.
A celeuma em torno deste episódio foi pauta para conversação e discussão em todos os cantos da cidade. Mas mormente quando se refere a quem tem ou não razão nesta refrega, o conceito geral não dá parecer a nenhum dos lados, mas por outro lado aponta como fio condutor que possa ter gerado esta panacéia, a fragorosa derrota do grupo do governador na eleição para a presidência da Câmara em 1º de janeiro e a consequente dissolução desta falsa coalizão após o pau que levou tanto no sufrágio como na insatisfação popular mostrada através das vaias da multidão que lotou o plenário naquele dia que ficou para a história.
Também era de se esperar. Todo mundo ali sabia que os interesses à nível de política seriam fragmentados. O que aconteceu foi que aquela aliança bancada por gente grossa que não se pode sequer citar o nome sob perigo de amanhecer estribuchado numa quebrada qualquer, acabou por obrigar as pessoas que dela faziam parte a comporem uma coalizão fictícia para a já citada votação na base do "vai ou racha". hoje, passada a eleição, o que é que se vê? Se vê que as pessoas que fizeram parte deste pacto começaram a se desagregar e as forças que o compunham já começam até a se atacar mutuamente porque na verdade nunca foram portadoras de interesses homogêneos.
Mas voltando à vaca fria, é preciso deixar claro que a situação política de Guajará-Mirim não é e nunca foi filme de bangue-bangue. É claro que vai ser preciso muita coisa ainda para que as coisas se ajeitem, mas por enquanto ainda não se faz necessário a insolência de cowboys. Seria ainda de bom tom realçar que ao procurar impôr sua vontade tanto à Câmara como para a Prefeitura, o Doutor Ivo Cassol acaba quebrando a harmonia que deve existir entre os poderes, além de agir contra a conduta, a dignidade, decoro e a honra do cargo que ocupa.