terça-feira, 4 de outubro de 2011

NA PRÁTICA A TEORIA É DIFERENTE

Nas conversas de bares, tabernas, padarias, nas ruas e nas praças, em casa ou no trabalho as pessoas do nosso convívio social vivem nos enchendo de conjeturas e teorias. E de tanto encherem nosso cérebro com as mais altas teorias, às vezes chegamos a pensar que devemos ser teóricos do mais alto quilate. Mas o que de fato ganhamos com tanta teoria? O que é que de fato nós temos conseguido agora que somos mais teóricos? Melhoramos nosso meio ambiente? Melhoramos nossa qualidade de vida? Melhoramos nossas relações interpessoais? Que conversa! Ou seguimos arrastando as mesmas privações de sempre, ou quando não, temos impostos outras novas.

Quase que em ritmo contínuo temos sido convocado por razões diversas, a foros, encontros, seminários, simpósios e jornadas de estudos e reflexões em que os organizadores acabam nos impondo novas e maciças doses de teorias. Desses certames tão diversos saímos mais teóricos do que nunca. Mas que proveito real e material tiramos para nós mesmos ou para a sociedade da qual fazemos parte deste priscas eras?

Todos nós temos uma idéia mais ou menos clara e absoluta acerca dos problemas que invadem os céus do nosso cotidiano, das necessidades do nosso povo e do que é preciso para melhorar o aspecto sócio-econômico de nossa cidade. Em suma, temos idéias mais do que suficientes para saber o que é bom e o que é ruim para “nosotros”. Porquê motivo então, possuindo uma bagagem aceitável de conhecimentos, ainda querem complicar nossas vidas introduzindo-nos ao infinito campo das teorias?

Me lembro que durante o último encontro de jornalistas de fronteira ocorrido em Guayaramerin, Bolívia, o radialista Wilson Charles me chamou a atenção ao me ver abandonar uma das palestras para me refugiar atrás de um “Paceña” no antigo e extinto Bar Laredo. Rebati ao velho guerreiro que salvo algum imprevisto de última hora eu já sabia de cor e salteado o que iria acontecer naquela reunião: alguém iria dizer que era preciso estreitar os laços de amizade.

Foi dito e feito. É sempre a mesma conversa. Depois eles dizem que a troca de pontos de vistas tanto do lado de lá como do lado de cá foi altamente positiva para ambas as partes. Que existem, é claro, pontos de vistas diferentes em relação à questão aduaneira, acordos de comércio e respectivos subsídios, mas que foram dados passos importantes para resolver e intensificar um intercâmbio comercial mutuamente proveitoso e que os dois povos, seguindo suas gloriosas tradições, saberão afastar todos os obstáculos no caminho da concórdia e da boa convivência.

Para nós que temos o domínio sobre todos os conceitos básicos da nossa realidade, não faz sentido as cansativas jornadas em que se propõe teorias a torto e a direito, faz-se análises e pesam na balança a fim de que possam surtir efeitos positivos e deletérios na cabeça dos partícipes. É preciso atuar, trabalhar e tomar posições firmes com a determinação de sustentá-las. Acreditamos em nossa administração? Que políticas públicas devem ser criadas para a criação de novas fontes de emprego em nossa cidade? Somos realmente capazes de mudar a mentalidade do nosso povo? Então deixemos de teorias, de foros, simpósios e de discursos vazios. É chegada a hora de parar de falar e passar a ação antes que seja tarde demais.