segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A FUNDOS PERDIDOS

Essa é de lascar: a concessão do crédito adicional na suplementação de fundos com percentuais de 3 por centos que a Câmara de vereadores liberou após as conversações de praxe ao Poder Executivo parece que não estava a contento do que almejou Vossa Senhoria, o prefeito Atalíbio Pegorini e parte de seus asseclas. O chefia da prefeitura pretendia em sua proposta ao legislativo fechar um resgate de 20% do orçamento total de R$ 37 milhões de reais, mais ou menos 7 milhões de reais, mas teve mesmo que se contentar com os R$ 1,1 milhão que os vereadores puderam autorizar.

Segundo se pôde apurar, a medida proposta pela Alcadia não obteve o malfadado êxito pela falta de justificativas quanto á aplicação dos recursos, fato este gerador de suspeitas no meio edílico. Um vereador mais exaltado resumiu: “É muito ruim para a cidade quando as pessoas que a governam começam a pensar que o dinheiro público não tem dono e de repente passam a utiliza-lo à seu bel-prazer e sem querer dar satisfações a ninguém. Mas é bom que se saiba que nós estamos cada vez mais vigilantes”.

O que ficou explícito pelas falas de alguns líderes da vereança local é que não existe relação alguma entre a performance da coisa em si e os reais objetivos. É de dar nó nas tripas a teia de gambiarras que se perpetram na Administração Municipal. Mas o pior de tudo é a falta de senso crítico e de bom senso no trato com a coisa pública, ainda mais em se tratando o público como privado e dessa mistura de interesses, acabar agindo em causa própria. É preciso que haja transparência em contas e atos públicos.

Tem gente que me acusa de fazer uso do O Mamoré para agredir pessoas. Mas é só uma questão de enfoque, pois pra mim agressão não se encontra em textos e palavras contra políticos que nada fazem. Para mim agressão de verdade é o que a Administração Municipal promove ao propor à Câmara a cessão de um cheque em branco, é deixar as pessoas à míngua nas filas do Hospital Regional e nos postos de saúde, é permitir que nossos filhos não tenham futuro por não termos uma educação de primeira, o que faz com que muita gente seja obrigado a mandarem seus filhos estudarem fora, agressão é ter que assistir os recursos que poderiam servir para a saúde, educação, encascalhamento e até asfaltamento indo para a boca do lixo, agressão é ver o caos instalado em diversas áreas do serviço público, em especial na saúde, ou vocês não estão vendo o que está acontecendo no Hospital Regional e nos postos? Estão abertos, mas em total estado de calamidade. E isto após 90 dias de intervenção.

O problema é que aqui em Guajará-Mirim o “correto” é ficar todo mundo quietinho no seu canto, não protestar, não acusar, não espernear e nem reagir. Falando o português na lata: não fazer pxxrra nenhuma. Hoje salvo alguns vereadores, não vemos mais as entidades como a Associação Comercial, a Maçonaria, Rotary, Lions e associações de bairros tomarem a frente e pedirem providências. Até agora nenhum líder destas entidades se levantou para reclamar da omissão e inoperância do Executivo Municipal. Claro! Como já foi dito, o correto aqui em Guajará-Mirim é não falar nada, não fazer nada. Parece piada, mas a coisa aqui funciona assim.