Ao contrário do que poderiam imaginar os mais imaginativos, a Audiência Pública que aconteceu no dia 28 de setembro no Plenário da Câmara Municipal e que discutiu a regulamentação da lei do Moto-Táxi, ocorreu sem maiores transtornos. Afinal, havia fortes indícios e fundos motivos que poderiam levar por água abaixo o caminho da concórdia e das boas intenções no desenrolar desta assembléia. Uma semana antes uma confusão geral havia atiçado os ânimos tanto da classe de taxistas como dos moto-taxistas.
A reunião, que deveria iniciar às 19:30 horas, começou com quinze minutos de atraso. À convite do presidente da Câmara, Dr. Célio Targino, o vice-prefeito Hilter Videira abriu a audiência com um discurso que teve ênfase no sentido de que se achasse uma solução para este impasse com obediência às vigências legais e de forma a conciliar a convivência, a tolerância e o respeito mútuo entre as classes.
Vários líderes de representação de bairros e possíveis futuros usuários desta forma alternativa de transporte fizeram uso da palavra e a questão preço-custo-benefício foi levada em alta consideração por todos os que tiveram a frente dos microfones do Plenário. Na ocasião ressaltou-se que o preço de uma corrida em Moto-táxi chega a ser até cinco vezes mais barato que o táxi convencional. Marcos Soares, representante da Anvisa em Guajará-Mirim enfatizou que é a favor da lei do Moto-táxi, “desde que observados os parâmetros de higienização, saúde e segurança”.
A lei que regulamenta o serviço de Moto-táxi exige que o condutor tenha acima de 21 anos completos, dois anos de prática, habilitação em curso sob a égide do Contran, uso de colete luminoso e além do capacete, colocar na moto uma barra de proteção lateral. Estas normas, uma vez postas em prática, visam a proteção e segurança do usuário. Agora há que se observar que andar de garupa numa moto não vai ser nunca a mesma coisa que sentar num banco de táxi automóvel. Muda muito pra segurança do conjunto se o garupa não souber o que fazer, se for muito pesado etc...
Mas uma vez postos no fiel da balança todos os prós e contras desta batalha que só vem a beneficiar a população mais carente do município, cabe agora trabalhar pela obtenção da concessão das placas que pode ser uma “bóia de salvação” para uma porrada de gente honesta buscando seu sustento, gente com pouco estudo, sem emprego, mas com muita disposição para trabalhar numa cidade como Guajará-Mirim onde o marasmo econômico parece atuar a cada dia mais sobre todos nós.
Também cabe a taxistas e moto-taxistas procurar buscar o máximo respeito ao espaço físico de cada um no exercício de suas funções a fim de evitar confrontos desnecessários. Ganham com isso turistas e o povo em geral pelo direito de livre escolha no uso desses transportes.