terça-feira, 27 de setembro de 2011

O PROTESTO, A BADERNA E AS REIVINDICAÇÕES

No artigo de hoje gostaria de deixar manifesto meu repúdio ao protesto de alunos e catedráticos da UNIR que aconteceu semana passada e que “a priori” tinha todo um corredor de motivos e justas reivindicações para percorrer com irrestrito aval da sociedade, não fosse o escorregão já em sua reta de chegada que ocorreu na Câmara Municipal. O legítimo direito de reivindicar e fazer cobranças jamais poderia se confundir com a falta de respeito às autoridades constituídas e às arruaças e atitudes condignas de marginais e não de estudantes que pleiteiam serem futuros doutores ou PHDs.

Maldito do povo que precisa de heróis para sobreviver. O manifesto da UNIR, que segundo relatos teve início no fim de semana, prosseguiu em sua via-sacra até a Câmara Municipal na última terça-feira, dia em que ocorrem as sessões ordinárias da Casa do Povo guajaramirense. E foi ali naquela arena que bandidos e heróis mostraram a cara. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os grevistas da UNIR, de maneira agressiva tomaram de conta do Plenário e em total desobediência aos parâmetros internos que regem aquela Casa de Leis, atrapalharam os trâmites normais da sessão e fizeram um atentado ao Estado Democrático de Direito.

No auge da anarquia, chegaram a desligar a caixa de energia geral do edifício, deixando toda a Câmara no escuro. Esta atitude cretina de um imbecil que procurou desestabilizar o “stablishment” da ordem vigente, acabou mostrando às cara o caráter de alguns participantes deste levante popular e o perfil de seus manda-chuvas, isto além de envergonhar o cidadão comum que ali estava para assistir a reunião e se atualizar acerca dos relevantes problemas da cidade naquela Casa em discussão.

O presidente do Legislativo, Célio Targino, com o maior respeito à causa e suas reivindicações, chegou a quebrar o protocolo do estatuto interno da Câmara e até concedeu espaço para uso da palavra para dois representantes deste movimento. O problema é que ao fazerem uso dos microfones, estes o usaram sem o menor respeito com a platéia. Nem sequer um “Boa noite” foi ofertado aos presentes. Seus estultilóquios estavam focados apenas nas suas justas reivindicações e interesses.

Mas pêra aí Cacilda! Que justas reivindicações? A UNIR, segundo nos consta, é um órgão que recebe receitas do governo federal. E receitas que hoje ultrapassam a casa dos 70 milhões de reais conforme orçamento exposto no Portal Transparência. Então que diabos o governo municipal tem a ver se nesta unidade federal está faltando computador, wireless, extintor de incêndio, seguranças, limpeza dos pátios, quadra de esportes, refeitórios, auditórios, bebedouros, banco 24 horas, mini-shopings, salão de beleza, spa-eco-resorts, casa de massagens e o c#r#lho a quatro?

É claro que todos devemos preservar o direito de cada cidadão de expor seus descontentamentos e indignações, sejam elas quais forem. Só que este direito nunca poderá dar margem a ferir o direito que ao outro lhe compete. Ao avacalhar os rituais parametrais da sessão da Câmara, os grevistas da UNIR, além de não souberem respeitar seus limites como cidadãos, por outro lado também mostraram-se indignos do convívio social.