Como era de se esperar, mal foi dada a largada rumo às eleições gerais que irão ocorrer em outubro, como urubus à procura de carniça, alguns manjados políticos já começam a dar as caras e prometer mundos e fundos para Guajará-Mirim e região. O cenário da novela é o mesmo: falsos sorrisos, tapinha nas costas, promessas de miragens e soluções para tudo quanto é problema. Taí o script. Um bando de espertos às custas de muito marketing vendendo seu peixe para o povão.
O pior é que tem muita gente que acredita, se apaixona à primeira vista, se deixa emprenhar pelo ouvido e até faz campanha para certos candidatos. Tudo isso acontece porque infelizmente a fome, a miséria e a falta de emprego ou de cultura também são agentes da corrupção, e os políticos mais afinados sabem que o eleitor pobre não é consciente e vota errado maioria das vezes. É preciso uma tomada de consciência por parte do eleitor na hora de colocar seu voto na urna.
Por enquanto ainda não é possível distinguir quem são os bons e quem são os maus, e é exatamente por este motivo que faz-se mister antes de começar a cogitar nomes, que Guajará-Mirim e região convoque seus líderes para uma ou mais reunião a fim de estudar a sério os problemas que afligem nosso povo, o que somos e o que queremos ser num futuro imediato. Se o nosso objetivo é buscar melhoras para a cidade, então seria bom esquecer por ora os virtuais e emergentes candidatos que estão por aí a emprenhar ouvidos alheios e começar a pensar idéias e projetos, e para isso é que se faz necessário convocar a inteligência da cidade arrebanhada em todos os setores, independente de formação, sexo, partido ou religião. Em todos os setores há muita coisa para se aprender. Então este debate vale tanto para os eruditos da Unir e palpiteiros políticos de boteco como para a inteligência que está no sentimento do povo e nem sempre é manifestada.
É claro que aqui e acolá vai aparecer alguém dizendo que primeiro se deve aguardar as convenções dos partidos para saber quem são os candidatos de 2.010, e depois disso é para eles que se deve falar sobre nossos problemas de forma direta. Mas não é por aí não. Até porque o propósito desta discussão é exatamente se antecipar à escolha dos convencionais, para a partir da sua votação em seus partidos saber de antemão o que a gente vai esperar deles. Tomando-se por base o atual abandono da cidade é que torna-se importante uma ampla discussão sobre como ela deveria estar representada nos altos escalões do Governo e nas casas legislativas. Os recentes fracassos da cidade não devem ser mais importantes que a preocupação com o futuro, e é em nome deste futuro que se faz preciso estudar Guajará-Mirim.
