quinta-feira, 11 de agosto de 2011

RIBERALTA, SEIS DE AGOSTO

O poeta Vinícius de Moraes dizia que a vida é arte do encontro, embora ocorram tantos desencontros. Mas são nos imprevistos circunstanciais que acontecem as coisas mais inusitadas e ocasionais. Com uma natural desorganização que fazem parte das improvisações de praxe quando antes ocorrem reuniões com detalhes esmiuçados acerca de horários, locomoção e pontos de encontro, a caravana de peladeiros e festeiros da antiga e também nova geração do futebol guajaramirense chegou à Riberalta em dois distintos comboios. A primeira levada partindo ainda na sexta-feira a fim de fazer a anatomia da situação, e a segunda pegando a rodovia no sábado, dia 06 de agosto, efeméride em que se celebra a criação do Estado da Bolívia.

Como a maioria das cidades da Bolívia, Riberalta ainda conserva nos desenhos de suas construções, traços e influências hispânicas que em muito nos reavivam lembranças dos filmes da capa e espada do Zorro e do Sargento Garcia. Com uma colossal basílica que mais parece antigos monastérios espanhóis, uma feira enorme aonde se encontra de tudo, desde folha de coca, chouriços, chicharons, cosméticos, até os últimos lançamentos de informática, e um trânsito de motocicletas ininterrupto, Riberalta está contando hoje com uma população de 120 mil almas cuja economia é baseada no comércio, na exportação de “almendra” (castanha), indústria de palmito, na exploração do ouro e na produção de madeira.

Em conversa com o Presidente da Câmara Municipal da Riberalta, Concejal Arturo Costa, pudemos constatar que o ritmo do progresso e do desenvolvimento, aos poucos vai mostrando sua cara à população. Antigas artérias de ligação como a Chuquisaca e Beni-Mamoré se transformam em grandes avenidas de duplo sentido com canteiros centrais. Onde antes havia piçarra e poeira, hoje há concreto e asfalto. Construções para tudo quanto é lado despertam nos passantes a gana de investir em melhorias, dos habitantes locais.

Ao longo do trajeto de 90 quilômetros que interliga guayaramerin a Riberalta, pudemos observar quase uma centena de máquinas pesadas, tratores e caçambas fazendo o serviço de recapagem, terraplenagem, aterro e construção de enormes galerias para o escoamento das águas fluviais e pluviais. O asfalto bancado pelo consórcio Brasil-Venezuela conforme promessas para desenvolvimento e integração dos povos, do ex-presidente Lula e do presidente Hugo Chávez é uma realidade.

Ficamos, quase toda a delegação, no Hotel Campos, no centro nervoso da cidade. É claro que não vou poder citar todo mundo de cor aqui na Coluna, até porque faltará espaço, mas lá estavam o Coronel Matos, a senhora Sara Ribeiro, o Assumpção e esposa, o Casca-uva e família, o Sérgio Coalhada, o Sátiro do Incra e Família, o Clóvis do Bar SOS, o Charles do croquete, o Leonardo do Incra e esposa, professora Olga Mejia, o Chico da Pestalozzi, o Robson da Ciretran e outros.

No domingo pela manhã, visto e revisto todos os aspectos comerciais, culturais, políticos, cívicos e sociais daquela aldeia, pegamos o poeirão da “carretera” de volta a Guajará. E aqui estou jogando conversa fora através destas mal tecladas linhas. Talvez semana que vem eu esteja em Porto-Velho. De lá mandarei notícias. Passem bem!

Nenhum comentário: